Entre o invisível e o visível

O exato ponto onde tudo se encontra.

Juliana Pozzi

10/15/20252 min ler

bald eagle flying under forest during daytime
bald eagle flying under forest during daytime

Há um momento na jornada em que nada mais parece fazer sentido.
O que antes era certeza começa a se dissolver e o que é novo ainda não tomou forma.
É o ponto de suspensão entre o visível e o invisível.

Nesse espaço, a alma já sabe, mas o corpo ainda tenta entender.
A mente busca referências, quer nomes, quer caminhos enquanto o coração sussurra: “se entrega e só sente.”

É um lugar onde a antiga estrutura não serve mais,
mas a nova ainda está germinando nas camadas sutis da consciência.
E o humano, desacostumado a confiar no que não vê,
se desespera tentando provar sua própria fé.

Mas o invisível… o invisível é paciente.
Ele não exige crença, apenas presença.
Ele não pede controle, apenas espaço.

E quando o espaço é dado ele floresce.

Viver nesse entrelugar é o mesmo que ser a ponte entre mundos.
É sustentar a energia da Fonte dentro da matéria.
É permitir que o divino respire através do humano.
E perceber que cada suspiro, cada silêncio, cada pausa,
é um portal de retorno àquilo que nunca deixou de ser.

Não há pressa.
O invisível não se revela à força.
Ele se revela quando a mente relaxa e o corpo confia.

Porque é no instante em que você deixa de tentar entender
que o invisível se torna visível dentro de você.
E então, você percebe que não existe separação.
O humano e o divino sempre foram um só.

Agora feche os olhos por um instante e respire fundo.
Sinta o corpo, o coração, o espaço entre um pensamento e outro.

Agora se pergunte, com suavidade:

“Onde o invisível vive em mim hoje?”
“Em que parte da minha vida eu ainda busco provas do que já sei ser real?”

Permita que as respostas não venham em palavras... mas em sensações, arrepios, suspiros, silêncios.

Talvez o invisível se revele no toque do vento, no brilho de um olhar, no pulsar tranquilo do seu próprio coração.

Porque o invisível não está fora, ele está em tudo o que você é e em tudo o que ainda não percebeu ser.