Os Convites de Gaia: entre o soltar e o florescer

Enquanto uns soltam, outros florescem e talvez essa seja a dança perfeita da unidade. A lembrança de que não existe perda, só movimento...

Juliana Pozzi - Através de Mim

10/22/20252 min ler

Hoje, enquanto caminhava perto do lago, sentindo o vento frio e a luz dourada do sol refletindo na água, uma percepção se abriu em mim.

Sabemos que o tempo não é linear, mas que nesse planeta temos essa perspectiva de linearidade com horas, dias, meses e anos. Mas, quando olhamos atentamente percebemos que dentro dessa linearidade há uma sabedoria circular, viva e pulsante.
A cada ano, Gaia nos oferece quatro grandes portais, quatro estações e cada uma delas traz um convite sutil à nossa alma.

Agora, nesse exato momento, o planeta vive dois movimentos complementares.
Enquanto aqui, no hemisfério norte, o Outono se instala, no hemisfério sul, a Primavera floresce.
E é lindo perceber que ambos falam da mesma coisa: da transformação da vida.

Eu recentemente compreendi que o Outono é o tempo de confiar e soltar.
É o sopro que nos convida a deixar ir o que já cumpriu o seu papel.
Assim como as árvores entregam suas folhas, nós também somos chamados a confiar no ciclo. A soltar sem medo, a abrir espaço para o novo que virá.
No outono, aprendemos a ter fé no invisível. A aceitar que o vazio é fértil e que o que cai hoje serve de adubo para o que nascerá amanhã.

Já a primavera, do outro lado do planeta, é o espelho perfeito desse movimento.
Tudo o que foi solto ganha nova forma. As sementes rompem a terra e florescem, lembrando que a beleza surge depois da entrega.
A primavera é o sim da alma. É a expansão suave que acontece depois que confiamos o suficiente para soltar.

Enquanto uns soltam, outros florescem... e talvez essa seja a dança perfeita da unidade a lembrança de que não existe perda, só movimento.

Quando nos conectamos a Gaia, percebemos que ela sempre fala conosco.
O vento, a cor das folhas, o perfume das flores... tudo é linguagem, tudo é convite.
Ela nos ensina, silenciosamente, que a vida é uma espiral de renascimentos e que o tempo não é uma linha, mas um círculo de amor e sabedoria.

Hoje, depois do que eu senti, eu só posso te fazer um convite: Permita-se sentir a estação que vive em você.
Talvez seja tempo de florescer.

Talvez seja tempo de soltar.

Ambos são o mesmo caminho, o caminho de voltar ao centro.