Uma jornada viva chamada Despertar
Nem sempre é fácil, mas é sempre maravilhoso viver uma vida desperta.
Juliana Pozzi
10/5/20252 min ler
Durante muito tempo, eu acreditei que o meu despertar espiritual aconteceria como em um estalo. Que um dia eu iria dormir de um jeito e acordaria de outro, completamente transformada. Imaginava que viveria um evento quase cinematográfico: talvez um desmaio, uma quase morte, uma epifania arrebatadora ou um momento em que o ego simplesmente se dissolveria para dar lugar a um ser humano de puro amore e de pura paz.
E por acreditar nessa visão, criei dentro de mim uma expectativa: se não acontecesse assim, de forma imediata e “extraordinária”, só poderia significar que eu não havia despertado. Essa crença pesava e me colocava para baixo... Mas a vida e as experiências foram me mostrando uma outra verdade.
O despertar não veio como uma explosão, mas como um fluxo. Foi um processo lento, um tanto quanto dolorido, contínuo e cheio de sutilezas. Hoje, quando olho para trás, percebo quantas mudanças imensas aconteceram em mim. Tudo aconteceu num processo de dentro para fora. Eu já não sou a mesma de antes. Apesar de não ter tido nenhum acontecimento "extraordinário", hoje existe em mim uma nova versão. Uma Juliana mais consciente, mais amorosa e mais presente.
Mas isso não significa que eu não sinta os desafios, as explosões de emocionais em momentos inesperados ou até mesmo dores de rejeição. Só que tudo isso agora se mostra como parte de um caminho, de uma integração. O despertar não me tornou “imune” à vida, mas me tornou mais capaz de viver a vida com consciência e presença.
Eu, por um tempo, flertei muito com uma ideia de que o despertar iria me arrancar de mim mesma e que iria me transformar em “um novo ser” que não se pareceria mais com quem eu era. Hoje vejo quão equivocada foi essa ideia. O despertar, na verdade, me devolveu para mim mesma. Ele não apagou a minha personalidade, mas a iluminou. Não eliminou meu ego, mas está me ensinando a reconhecê-lo e colocá-lo no lugar certo. Não fez com que eu começasse a amar todas as pessoas de maneira “perfeita”, mas ampliou a minha capacidade de amar e de compreender, inclusive a mim mesma.
Quando eu parei de esperar o espetáculo e reconheci as pequenas grandes mudanças, percebi que já estava vivendo o despertar de uma forma linda. Entendi que o despertar não é um morro que você escala e acaba quando você chega no topo, mas sim um estado que você vive todos os dias.
Hoje eu celebro a Juliana que existe agora. Celebro a consciência que me guia a cada escolha, celebro a expansão que já se deu e que continua se dando. Não espero mais me tornar “alguém diferente” apenas me permito ser, cada vez mais, quem eu sou em essência.
Pra mim, hoje, esse é o despertar: me lembrar, passo a passo, de que sou amor e que sou a própria fonte manifestada.
E posso garantir que, quando reconhecemos isso, entendemos que já estamos em casa.
Por hoje é isso e por hoje essa é a minha verdade.
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